quarta-feira, 31 de dezembro de 2008

THE END?

Mas uma página é encerrada e virada, despeço-me sem pesar e recomeço outra página, outra história, ainda faltam muitas folhas e algumas estão em branco.
Até aqui, um instante de tormenta e enfermidade, adversidades e destemperanças. Mas quem disse que a história só teria capítulos felizes?
A próxima página está sem palavras. Começo a pegar um lápis para começar a escrevê-la. Também estou aprendendo esse ofício.

FELIZ RECOMEÇO PARA TODOS NÓS.
FELIZ 2009

terça-feira, 18 de novembro de 2008

LUZ, CÂMERA E AÇÃO!

Que o cinema nacional vive uma crise com as salas vazias, todo mundo já sabe. Apesar da indústria nacional ter feito algumas produções esse ano, parece que está faltando criatividade e diversidade.
Se na década de 80 as telas eram inundadas pelas pornochanchadas, agora o gênero "baseado em fatos reais" do submundo do crime e marginalidade abundam em nossas telas. É sempre a mesma história comovente de um menino pobre criado na favela, sem oportunidades, maltratado pela família, flertando com o tráfico e que tem fim trágico e vira mártir. Ou então a história romântica de um menino pobre da favela que se apaixona pela riquinha do asfalto. Ou mesmo as agruras de um nordestino que consegue vencer na cidade grande. É assim que o nosso cinema é representado lá fora. Nada contra nossa cultura e tradições. Mas o que nós levamos ao exterior é a imagem de um país/cidade degradada e tomada pela violência e só. E violência, cai para nós, já vivemos a realidade todos os dias.
Sinto falta de um cinema nacional de suspense, ação, terror e ficção, gêneros que passam batidos pelos nossos roteiristas. Nada contra os filmes recheados de palavrões e gírias que eu nem sei como são traduzidos para o público estrangeiro, mas já estou farta de filmes sobre a vida de alguém ou sobre alguma instituição (seja favela ou policial, mesmo que estes tenham sido bons ou aclamados pela mídia). Acho que esse formato já deu o que tinha que dá. Chega! Queremos filmes nacionais criativos, com roteiros inteligentes e com temática mais diversa e menos óbvia.
Filme que foge dos padrões americanos de terror e, ao já bom no início mas já fatigante, Jogos Mortais, e que adorei assistir foi o espanhol REC. Diferente das filmagens convencionais, ele começa com cara de documentário amador inocente, onde o telespectador vê o filme em primeiro plano do ângulo da lente trêmula do cameraman. Proposital. O espectador só vê o que ele filma. Jogos de luz, cortes e som dão o efeito dramático a cada cena que se desenrola surpreendentemente, com atores em brilhante atuação natural. Poucos atores e um único cenário que faz você entrar e participar do filme em cada detalhe da cena. Um filme para ser visto e aplaudido. Eu recomendo.


sábado, 25 de outubro de 2008

A PAIXÃO QUE DESTRÓI

Não poderia deixar de comentar a tragédia (mais uma) que chocou o país nas últimas semanas. O seqüestro em SP de duas jovens, pelo ex-namorado de uma delas, e que não teve um bom desfecho.
Sempre que vejo notícias desse tipo, e olha que não é um fato isolado, fico pensando o que leva alguém que diz, supostamente amar, tirar a vida de outra pessoa. Que paixão destrutiva é essa?
Minha mãe, do alto de sua ignorância, diz que a culpa são dos pais, por permitirem que se iniciasse um namoro tão prematuro aos 12 anos com um rapaz de 19 anos. E que a culpa seria da própria menina, por dar confiança e por não se portar adequadamente como uma "moça de família", com o devido respeito. Alguém deveria alertar para minha mãe que até mesmo as putas têm família e vieram de uma mãe e um pai. Mas deixa isso para lá, o que minha mãe vocifera não é para ser levado a sério.
O certo é que nunca podemos prever que uma pessoa aparentemente normal e eqüilibrada, com boa índole e trabalhadora, de uma hora para outra se transforme em um monstro diante de uma negativa amorosa. Existem muitos casos assim, apesar de não saber se realmente esse rapaz tinha uma boa índole mesmo. A mente humana é terra de ninguém, não sabemos o que se passa.
O curioso é observar que tudo gira entorno de relacionamentos amorosos e namoros mal acabados. Os casos de violência doméstica, que são muitos, começam pelo parceiro, ora por ciúmes, ora por traições e desconfianças, ora por término de relacionamentos. E o mais espantoso é que mais de 90% dos casos de violência passional é cometida por homens enraivecidos com seu orgulho ferido. Conclui-se daí, que, definitivamente, os homens são criaturas frágeis psicologicamente e incapazes de aceitar um não e refazerem sua vida, e tomam a mulher de POSSE como se fosse sua propriedade eterna. Pois é, muitos homens são assim escondidos sob a pele de cordeiro ou por "distúrbios mentais".
Mas eu concordo também que as mulheres têm sua parcela de culpa, ao não denunciar e aceitar as primeiras agressões ou mudanças de comportamento, por medo ou dependência. Acham os ciúmes exagerados do parceiro coisa 'normal de quem ama', não percebendo os limites do ciúme doentio, que priva a liberdade e oprime.
A agressividade e a intolerância amorosa não é privilégio das classes mais baixas, apesar de ter uma maior concentração. A relação "macho dominante" pode ser notada em todos os níveis sócio-econômicos e em outros países e culturas. Aliás culturas que pregam desde sempre a dominação da mulher.
Em um trecho das negociações, o seqüestrador declara que tinha "planos de ter uma casa, uma família, um carro... e que tiraram isso tudo dele". Acabou por SUA própria culpa, ninguém tirou isso dele a não ser ele mesmo. Ninguém disse que teria de ser com ela, poderia ser com outra.
Então, agora fico me perguntando, por que as pessoas insistem em fundamentar suas vidas encima dos relacionamentos amorosos? Como se esse fosse o pilar principal, a coisa mais importante a ser realizada. Colocam a vida amorosa em primeiro plano, como algo a ser alcançado a todo custo e se algo não for como planejado, há a frustração, a tristeza, o sentimento de derrota e incapacidade de ser feliz com qualquer outra coisa, e o que antes era, supostamente, amor, transforma-se em ódio.
Para que hipervalorizar somente um setor da vida? Não digo que amar não seja importante, todos nós, no fundo, buscamos ser amados e amar. Mas existem outros tipos de amor, o amor familiar, a paixão profissional, amor das amizades e o amor à saúde. Não precisamos ficar presos só a um tipo e nem condicioná-lo a nossa felicidade. Eu não quero a paixão que destrói.

domingo, 19 de outubro de 2008

FALE AO MOTORISTA SOMENTE O INDISPENSÁVEL

Já mencionei o quanto estou intolerante com pessoas e suas atitudes ultimamente?
Tenho refletido muito, ficado em silêncio, espreitando as pessoas e avaliando a postura que quero ter diante da vida e dos fatos. Tenho percebido nessas minhas reflexões, que tenho dado muita confiança a quem não deveria e tenho sido muito 'boazinha' e 'tolerante', o que dá margem para que as pessoas achem que vou sempre tolerar seus devaneios.
Mas não mesmo. Chega a um ponto em que você pára para pensar: "- Mas o que está acontecendo aqui? estou fazendo papel de boba."
É, sou sincera ao assumir uma parcela de culpa, afinal eu "dei corda" para fazerem isso comigo. Eu permiti que agissem comigo, como agem com os outros, que riem, acham graça e deixam para lá. Não impus limites.
Nunca, jamais e em tempo algum levante seu tom de voz comigo e coloque o dedo em riste na minha cara seja você, quem for. Ainda mais tratando-se de um estranho e em posição inferior. Se é esse seu tom normal de voz, acho melhor analisar uma maneira de abrandá-lo, pelo menos ao falar comigo, já que os outros não se importam, acham que é natural de sua personalidade, da sua origem nortista, de sua condição humilde, acham engraçado. Mas comigo, a resposta será dada na mesma altura.
Porque não costumo levar desaforos para casa ou seja lá para onde for. Desaforos já bastam os que tenho que aturar em casa. Não tenho sangue de barata, tenho sangue vermelho quente correndo nas minhas veias. A minha aparência ostenta fragilidade mas é só mera ilusão.
E não me venha depois dar uma de vítima e de arrependido pedindo desculpas. Não as aceito. Nem adianta dizer que perdoar é nobre, é Divino. Eu, enquanto terrena, não perdoo. Cansei de perdoar. As pessoas se acostumam a falar ' a palavrinha-mágica-que-mamãe-ensinou' enquanto pequenos, como se isso reparasse todos os seus erros e pecados. Mas não se habituam a pensar antes de agir e falar. Já bastam as chances que dou e relevei. Não reclame, se falo e não surte efeito, eu canso. Aliás, me canso muito rápido, também já disse?

Mas valeu a lição, mais uma que vamos aprendendo durante a vida.
"Quem se junta aos porcos, farelo come".

Agora minha postura e filosofia empresarial será baseada nas das empresas de ônibus: 
"Fale ao motorista somente o indispensável".

domingo, 12 de outubro de 2008

DIAS DE CHUVA E SOL

Que dias são esses que têm feito na cidade do Rio de Janeiro desde que a primavera chegou? Está mais para outono/inverno que para primavera. Instabilidade total.
Ora o sol aparece e creio que fará um dia lindo, ânimo total. Em questões de minutos, horas, o sol se vai e nuvens carregadas chegam trazendo pancadas de chuva. O calor aumenta. Logo em seguida a chuva cessa. Indícios de tempos ruins no dia seguinte. Que nada! O sol volta a brilhar. Até quando? Não se sabe.
Assim como não temos certeza do dia de amanhã, temos que viver o instante do agora enquanto o sol estiver brilhando. Porque existem coisas que fazemos com sol e que não podemos fazer com chuva. E não podemos ficar esperando mais um dia de sol...

sábado, 11 de outubro de 2008

SESSÃO PREGUIÇA

Sábado preguiça. Eu sei que tenho que atualizar isso aqui. Até tenho textos escritos, mas a disposição me falta.
 Deixa eu ficar aqui só mais um pouquinho, tá?

sábado, 4 de outubro de 2008

A PRIMEIRA IMPRESSÃO É A QUE FICA

Frase clichê que estamos acostumados a ouvir mas que tem um fundo de verdade. Por mais irrelevante e apressada que possa parecer a primeira impressão que você transmite para as pessoas é aquela que vai te marcar por um longo tempo, principalmente se essa impressão foi negativa.
Conheci algumas pessoas há algum tempo que não tiveram para mim uma boa primeira impressão. Seja por atitudes ou palavras, ou até mesmo por aquele sexto sentido, aquela cisma, que não sabemos explicar de onde vem. 
Sempre que isso acontece comigo, tento não me levar pelas aparências das circunstâncias, pois a soma das atitudes seguintes, com a convivência e um pouco mais de contato, se esse for o caso, é que vai revelar que tipo de pessoa há ali. Afinal um encontro não é suficiente para pré-julgar ninguém.
Pois, eis que justamente, a soma das atitudes de algumas pessoas agora não estão me agradando. Pessoas essas que já não me cativaram no primeiro encontro e que me chamaram a atenção por algo negativo, apesar de ter tentado uma aproximação isenta de opiniões e julgamentos precipitados, sincera e de coração aberto. E alguns acontecimentos e fatos hoje só vieram confirmar e reforçar meus motivos de desconfiança e a minha cisma inicial. Eu não estava de todo enganada, são pessoas volúveis.
Lamento que muitas pessoas não conheçam 0,001% de minha pessoa e vida no contexto geral dela, desdenhem ou critiquem, em cima do muro, alguns erros e atitudes que em alguma parte da vida delas já cometeram semelhantes. Esqueceram de olhar o rabinho de fora do muro. Deveriam ter senso de auto-crítica. Mas informo já de imediato, que a carapuça em mim não serviu e quem sabe ela não serve em você, basta experimentar. Já falei, nunca diga "dessa água não beberei". Brasileiro tem memória curta mas eu não tenho.
Também descobri, e isso já faz tempo, ainda bem!, que o melhor a fazer aos ignorantes e "achistas" de plantão é o desprezo. Não espere muitas palavras minhas e nem tanta importância. Me canso rápido de pessoas chatas e vazias. Um dia já até cansei de mim, ora! O que dirá dos outros. Só digo uma coisa: nunca me subestime.

Entendeu ou preciso ser mais direta?

segunda-feira, 29 de setembro de 2008

CONFISSÕES ÍNTIMAS

Até onde você se conhece? Ou pensa se conhecer? Cada dia descubro mais de mim, coisas de que sou capaz e não imaginava ser.
Há um tempo atrás, até bem curto, achava que não faria muitas coisas na vida por não ser uma pessoa capaz. Tinha certas opiniões que pensava ser de difícil mudança. Hoje vejo que as coisas inverteram e minha opiniões mudam à velocidade do tempo. Acho isso bom. Vão dizer que é ruim, pois não sou capaz de sustentar uma opinião. Eu já acho o contrário, acho que tenho capacidade de mudança e de transformação na medida em que os tempos mudam. Isso para mim chama-se evolução.
Com a evolução das opiniões, passei  a mudanças no ato de sentir. Hoje controlo meus sentimentos melhor que antigamente e adotei uma nova frase: ' nunca diga nunca, talvez'.
Por que estou escrevendo isso tudo? Gostaria de dividir uma experiência íntima aqui, mas não estou totalmente certa se devo. Tenho receio de até onde minhas declarações possam fazer as pessoas com opiniões enraizadas me julgarem. Porque existem muitos para te crucificar, até aqueles que no fundo sentem um pouco de vontade de experimentar coisas novas. Mas sou uma pessoa direta e sincera, fruto de minha evolução pessoal e esse Blog é um fragmento de mim, não posso omitir partes que somam experiências para mim e para quem lê.
Bem, tive uma adolescência normal, as coisas foram acontecendo no seu momento certo e até meus 20 anos não tive namorados, namorados, só namoricos. Apesar de ter uma criação rígida, e digo aos pais, que isso não adianta, por experiência própria e de minha timidez, meu primeiro contato íntimo com um homem foi aos 16 anos, sem pressão e sem traumas, com uma pessoa bacana na qual tenho contato até hoje e nos falamos como amigo. Fui me permitindo, à partir dos 20 anos, a ter algumas experiências sexuais e nunca me privei de nada. Acho isso um aprendizado. Porém, nunca fui promiscua e sempre me dei ao respeito. Nunca me arrependi de nada e apenas me reprimia e era reticente, por medo, de algumas experimentações por achar estranhas, socialmente não aceitas e de gente de baixo valor.
Ao passar do tempo, cultivei vários desejos a quem não tinha com quem partilhar. Momentos de solidão, poucos namorados e total falta de sintonia sexual com eles.
Sou aquariana, curiosa e destemida. Penso adiante, sempre. Acho até que não sou desse planeta! Meu conservadorismo não combinava com minha essência moderna. Ao amadurecer fui cedendo a coisas novas. Fui conhecendo o meu corpo sem vergonha e aprendendo a me dar prazer. Hoje não tenho medo da plenitude. Não tenho a mesma cabeça de 10 anos atrás e nem sei como ela estará daqui há 10 anos.
Mudar valores não é fácil. Eles estão agregados conosco desde criança e passam por várias gerações. Os valores podem parecer adequados a um determinado momento e época e não servir para determinada situação presente. Mexer com o que não vêmos, com o impalpável é complexo. Sentimentos são assim. Mas podem ser trabalhados. 
Antes de pensar que só os seus atos devem ser perdoados por quem você não admite que façam o mesmo, pense.  A questão não é ser permissiva, tola, fútil, vulgar. A questão é a sinceridade e a lealdade. Toda relação a dois tem que ser sincera e leal. Faltou-me muito disso nas minhas anteriores. Não se trata de fazer sexo por aí desenfreadamente com qualquer pessoa ou falta de amor. É saber respeitar as vontades e separar o amor verdadeiro da pura atração passageira. Existem pessoas por aí que gostam de ser enganadas e fingem viver relações convencionais felizes, fingem gostar da vida, fingem sentir, fingem amar, fingem perdoar, fingem não invejar, simplesmente fingem para se enquadrar no modo perfeito de se viver. E o que é o modo perfeito? Não há, cada um cria seu modo como lhe convém e o deixa feliz.
Friso que não quero que ninguém pense igual a mim. Não teria graça. Nem para fazer o que faço. Deixo claro que a minha intenção aqui é dizer para as pessoas que tenham coragem para seguir o seu caminho e fazerem o que tiver vontade, quebrar barreiras, sem medo de ser feliz. Para mim, a ficha está caindo agora, meus olhos estão enxergando com maior nitidez. Estou me conhecendo melhor. Isso já é um grande passo para começar a ser feliz. Seja feliz também a sua maneira!


terça-feira, 23 de setembro de 2008

MITOS E LENDAS URBANAS SOBRE SEXUALIDADE

Hoje vindo para o trabalho, sentado ao meu lado no ônibus, uma rapaz folheava aquele jornaleco com pouca informação e muita bunda. Não me contive em passar o rabo (me perdoem o trocadilho) de olho, na notícia que estava entretendo o rapaz. Com uma manchete instigante lia-se: " Sem perder o selo" e logo abaixo a foto sensual de uma morena com roupa ousada. Estiquei mais ainda o meu olho no jornal alheio para ler a reportagem, que parecia ser interessante, ao julgar pelo sorrisinho constante do rapaz e completa concentração.
A tal morenaça chama-se Carol Miranda, intitulada sobrinha de Gretchen (como se isso lá fosse grande coisa a acrescentar), se dizia 'virgem' e que iria estrelar um filme pornô e continuaria...virgem! Como isso é possível? Fazer um filme pornô e continuar mocinha pura de família? Simples, praticando somente sexo anal. Ah, tá!
No mesmo dia leio que Ângela Bismarck vai virar mocinha nas mãos do personal marido cirurgião. E mais, Daniele Hypólito confessando que ainda é virgem aos 24 anos.
Não é de hoje que virgindade é artigo de luxo e raro. Lá fora, ganha status de obra de arte, ao ser leiloada. Mas o que é 'ser virgem'?
Cientificamente, diz-se que é aquela pessoa que nunca teve relações sexuais com penetração vaginal. Aquela que não teve seu hímen maculado. Mas e outros tipos de sexo? Sexo não é só penetração vaginal. Deixaria então, uma pessoa de ser virgem através de outros meios?
Se uma pessoa resolve preservar sua virgindade porque quer 'guardar' sua intimidade para alguém 'especial' e um 'momento' mais adequado e que esteja 'preparada' não me soa muito coerente praticar sexo anal em troca de dinheiro com um desconhecido. Que diferença existe? A porta dos fundos e a porta da frente? Os argumentos nobres e românticos caem por terra e soam como marketeiros.
Para mim, castidade e virgindade está mais contido nos sentimentos do que na anatomia. Ser virgem é ter pureza de espírito, de sentimento, a inocência imaculada que só as crianças possuem. Não há algo mais puro que um bebê. Algo que não conhece o que é o mal. E mesmo assim, nossas crianças têm sido expostas demasiadamente à sexualidade explícita. Até mesmo as Vossas Santidades pecam no quesito castidade, apesar do apelo religioso. O celibato não é capaz de frear completamente a lei da natureza. Muitos religiosos cometem abusos sexuais e praticam a pedofilia, dando vasão a seus instintos reprimidos, trazendo à tona escândalos e outros tantos que permanecem ocultos. É humano e animal os instintos e impulsos sexuais. Não adianta reprimir esses desejos naturais, que são até mesmo, um meio de reprodução da espécie.
Hipocrisia de muitas mulheres que andam divulgando na mídia assuntos de foro íntimo, que nem deveriam ser mencionados. Como se isso fosse valorizá-las em algo. Por isso, acho que isso é uma forma de chamar atenção para si mesma. De tentar se destacar entre outras tantas, de ter algo diferente, se ser importante e única, ser desejada aos olhos masculinos que tanto cobiçam mulheres 'puras' por fetiche puro.
Quero frisar que não sou contra quem quer ser virgem. Desde que tenha propósitos não comerciais e hipócritas. Acho justo que uma pessoa queira esperar um momento e oportunidade certos e que tenha uma pessoa bacana para dividir um momento tão peculiar. Não temos que ceder facilmente. Aprecio muito certos jogos de conquista e sedução que podem ser muito prazerosos e importantes. Não se deve pular etapas tão gostosas do início de nossa vida sexual. E também não acho que devemos reprimir nossos desejos. A época em que nos descobrimos sexualmente é tão importante para que mais tarde possamos atingir a maturidade sexual.
Também não prego a promiscuidade. A fase em que as pessoas despertam para o sexo é a fase da aproximação, de conhecimento ao outro. Como é bom a fase de amasso no sofá, da mão boba, do quase flagrante, do quase 'lá', de sentimentos, emoções e hormônios em ebulição.
E sexo tem que ser feito com quem temos vontade. Não significa garantia de se manter um relacionamento, mas é uma peça fundamental da relação. Eu não acredito em nenhuma relação que envolva sentimentos, cumplicidade, amizade e amor sem sexo. Sem contato íntimo total. Se lutamos tanto para termos liberdade sexual, porque reprimir? Há que se ter o limite e o respeito.



quinta-feira, 18 de setembro de 2008

OURO PRA TOLO

Desculpem, mais um desabafo sobre nossa política enganosa e o jogo de interesses.
Hoje fiquei estarrecida no trabalho. Foi convocada uma reunião excepcional (sim, pois, desde que entrei lá, isso nunca existiu, mudar a rotina da empresa para uma reunião geral). Fiquei de fora dessa reunião, pois que sou a mulher invisível do trabalho. Mas sabe que é bom, às vezes, ser a mulher invisível? Então, percebei com minha intuição que algo de bom não seria.
Pasmei ao saber o motivo de tal reunião. Apresentação de um político X (nome que faz referência a um refrigerante) aos funcionários. Indução de voto para favorecimento da classe empresarial. Isso para mim é o fim! É baixo, é sujo, é subjugar a inteligência alheia. É coação também. Que garantias de represálias se tem ao não votar no candidato amigo do patrão?
Coloco-me em posição avessa a tudo isso. Ainda bem que não fui convocada. Mas independente de ser convidada ou não a participar, não vou ferir meus princípios e compactuar com essa bandalheira.
Ninguém me induz a decidir que rumo tomar. Eu guio meu próprio leme.

quarta-feira, 17 de setembro de 2008

CRÔNICA DA REDOMA

Um dia, depois de vários abalos, vi minha redoma rachar de cima abaixo e quebrar. E pela primeira vez me vi do lado de fora e gostei. Uma vez aqui fora, não penso na possibilidade de voltar. E aqui fora, respirando outros ares, enxergo novas cores, escuto outros sons, vejo um mundo repleto de possibilidades e combinações jamais imaginadas. Encontro minha própria identidade, refaço minha história, trilho o meu caminho e planejo coisas impensadas de serem realizadas dentro de uma redoma com vidros grossos e escuros.
Também vi que o mundo fora da redoma é perverso e complicado. Existem barreiras tão intransponíveis como as paredes de vidro grossos. Pensei em desanimar e voltar para a segura redoma e perder todo aquele instante de beleza e novidade. Resisti, pois, uma vez já exposta, queria que aquele momento se perpetuasse.
Decidi o enfrentamento, já que não poderia fugir e tinha escolhido esse caminho de prazer e dor. Um pouco de dor para depois ter o prazer. Árduo e torturante caminho de pedras pontiagudas, por onde às vezes me firo. Dilacera, sangra, dói e depois cura, por vezes deixando cicatrizes que tornam menos visíveis com o tempo. Refeita, sigo em frente e me preocupo em tomar cuidado onde pisar. Por vezes, encontro uma pedra lisa e segura, onde fico um tempo nela buscando forças para continuar caminhando. Todo caminho é difícil por si só. Até os aparentemente sem buracos e pedras. Estando na redoma ou não. Mas existem os atalhos.
Aqui fora é muito mais difícil. Tenho mais preocupações e dúvidas. Mais medo, insegurança e tristeza. Mas também tenho mais momentos de alegria, diversão e prazer que a todo custo tento prolongar, repetindo sempre meu mantra pessoal: "a felicidade é que tem que ser prolongada e não a tristeza."
Comparei minha vida dentro da redoma com essa aqui fora e me achei medíocre, rasa. Encontrei nas outras pessoas um parâmetro diferente de que tinha para medir intensidade da vida. Pessoas diferentes, vidas diferentes e intensidade idem. Diferente do estilo redoma. Entristeci-me e vi que tinha perdido um grande tempo e que muito havia de se recuperar. Alegrei-me em seguida, ao pensar que saí a tempo, embora tardiamente, e que poderia correr atrás do tempo perdido. 
Aprendi novas maneiras de me comunicar. Descobri as palavras que um dia me faltaram e assim elas fizeram algum sentido, quando dispostas, displicentemente, sobre o papel. E que quando lidas, trazem à tona um pouco de tudo que há imerso dentro de mim. De quem eu não conhecia, de quem aprendo a cada dia, de quem aprendo a rir e às vezes chorar, de quem quero que aprendam a gostar.


COLAPSO

Lá fora a chuva cai.
A temperatura cai.
A bolsa cai.
As ações caem.
Tudo despenca.
Estamos atrelados ao maldito capitalismo americano.

segunda-feira, 15 de setembro de 2008

A OPORTUNIDADE E A POSSIBILIDADE


A chuva fina que cai na cidade convida a ficar no frio silêncio do seu quarto. Aprecia o silêncio. Precisa dele. Artigo raro. Agora olha pela janela e só vê concreto, nada além de concreto.
Os dias frios chuvosos se são por um lado, apagados, por outro, trazem o cálido silêncio necessário para que se permaneça em paz. Ali, sozinha, outra coisa que aprecia e que ultimamente tanto lhe desagrada.
Escolheu ficar um tempo assim, hibernando. Foi necessário por questões pessoais. Tudo irá passar, sabe que é só uma fase, das muitas que a incomodavam e que refletia malignamente nos seus atos, palavras e humor. Vai passar.
Quer as pessoas, quer andar pela noite, beber, perder um pouco dos sentidos e do juízo, dançar de qualquer maneira, sentir o perigo das madrugadas, voltar para casa com um sorriso cínico sob olhares reprovadores. Quer a perturbação. Mas não queria a paz?
O silêncio e a solidão a fazem escutar vozes, vozes que ela sabe muito bem de onde vêem. De dentro. Vozes que não escuta na perturbação. Não dá ouvidos. As vozes atormentam e fazem maquinar idéias absurdas, obscuras, obtusas, diminutas. Por que as perturba?
Não sabe o que sente. Se é que sente. Outro dia mesmo falou que não queria mais sentir e mergulhou seu coração abaixo de 0°. Está indiferente. Ou finge estar. Não pensa em possibilidades, não quer pensar. Só enxerga defeitos, chateia-se à toa, incomoda-se por nada. Se acha superior e inferior na mesma frase, algo lhe desagrada. Não quer esperar, já esperou anos a fio.
Existem duas coisas: a oportunidade e a possibilidade. A oportunidade está aí, o momento aparentemente ideal, apesar de não perfeito. Mas que pode se tornar. Seria a maldita carência?
A possibilidade começa a surgir, pequena, mas possível, rondando como um lobo seus pensamentos, flertando consigo, espetando por dentro, como se pudesse ser.
Mas será?

quinta-feira, 11 de setembro de 2008

VIDA DE GADO

Hoje me senti como um cachorro tomando vacina contra raiva.
Em uma tendinha no meio do pátio, sob as árvores do Posto de Saúde da Gávea, as estagárias da SUAM (socorro!) aplicavam vacina como se aplicam em gados! Com assustadora velocidade, em série. 
Recorde! Em menos de um minuto saí de lá.

segunda-feira, 8 de setembro de 2008

ROTINA

A semana começou tímida e silenciosa entre as nuvens cinza e fina chuva fria.
Segue a rotina ao mesmo passo, no compasso do som de pneus no asfalto molhado, buzinas impacientes e horários atrasados.
Não tarda chegar amanhã.


domingo, 7 de setembro de 2008

CARTA ABERTA

Requerir indenizações sucumbiu aos sentimentos e relações sem sucesso. Se eu cobrasse indenização por cada sentimento aniquilado meu, estaria rica e bem de vida...

Como se pedir indenização pelo fracasso fosse algo que me fira ou me puna por uma culpa que não me pertence. Tenho muita pena dessas pessoas, elas têm problemas consigo mesmas, são pobres de espírito e fracas. Fatalmente não conseguirão ser amadas de verdade e serão infelizes para sempre, apenas fingindo superficialmente a felicidade.
Não prosperarão no trabalho porque sempre terão esse sentimento de vingança vinculado ao menor fracasso e não seguirão em frente para conseguir o melhor.
Serão pessoas derrotadas, não aceitarão uma pequena derrota em uma batalha, implodindo assim uma guerra interna onde afundarão cada vez mais.
Não me despertarão raiva ou qualquer outro sentimento, porque pessoas assim não se dignam a sentimentos, são fadadas ao desprezo e a insignificância.
Se um dia precisarem de mim, ao invés de não estender a mão, estenderei sim, com muito gosto e com um sorriso largo irônico no rosto, para que fique bem claro a sua irrelevância e a relação de dependência que tens por mim e pelo mundo.
Não pisarei em ti como barata, porque até as baratas merecem respeito. Deixarei que seja tragado pelo próprio abismo que foi cavado pelo teus próprios pés.
Quando morreres, irei ao seu enterro com um lindo ramalhete de rosas vermelhas vivas, só para lembrar que viver não lhe faz mais parte. Abraçarei sua mãe e irmãos e não derramarei sequer uma lágrima. Não derramo mais nada de mim para você.
Lembro-te que já não és mais importante para mim, tão pouco essencial. Tenho outros planos na vida e projetos na qual já não fazes parte.
Aliás, vá procurar outra vida porque essa não lhe pertence mais.

sexta-feira, 5 de setembro de 2008

NUNCA DIGA: DESSA ÁGUA NÃO BEBEREI

Pois é, porque senão, se precisar, vai acabar engasgando.

Não gosto de pessoas controversas. O que são? São pessoas que possuem pensamento volúvel, não sustentam uma opinião, pensam em uma determinada coisa e logo em seguida, assumem outra postura e outro discurso. 
Por isso busco não ser tão radical. Procuro ponderar muito sobre qualquer questão e não julgo quem pensa diferente de mim. Somos diferentes para isso mesmo, pensar e discordar. E nunca sabemos como será o dia de amanhã, nunca.

EXTINÇÃO DOS CINES DE RUA

Estão acabando com as tradicionais salas de projeção de rua. Semana passada foi o Cine Paissandu, em Botafogo, que fechou suas portas, logo será o Cine Palácio, na Cinelândia. Em breve, só existirão as salas de shopping, com preços mais salgados.
O Cine Palácio I e II fica na Rua do Passeio 38/40, na Cinelândia. Foi fundado em 1928 e sua linha arquitetônica, criada pelo espanhol Morales de Los Rios, segue o estilo neo-mourisco e pertence ao Grupo Severiano Ribeiro. Não acredito que o motivo do fechamento da sala seja por falta de receita, assim como alegado no Paissandu, pois lembro-me de sempre passar em frente e ver filas enormes nos fins de tarde, de quarta e quinta, quando fazia promoção de ingressos. Aliás, o preço era o chamariz para atrair a garotada que trabalha ao lado, na Contax. 
Outro motivo que tem fechado os cinemas de rua é a falta de patrocínio. Diferente do seu vizinho, o Odeon, patrocinado pela Petrobrás, a sala não recebe investimentos. Não sei por que algum grande grupo, que gosta de ostentar a marca cultural na sua bandeira, não assume o patrocínio dessas salas e as transformam em centros culturais acessíveis a toda população.
O outro motivo agora sabido, é que o prédio fora comprado pelo Hotel Embassador, que tem sua entrada localizada na rua Senador Dantas. O hotel, arrematado pelo Grupo Atlântico, está passando por reformas de modernização interna e divide parede com o Cine Palácio. A intenção é fazer do Palácio um centro de convenções. Cogita-se manter a sala de projeções para espetáculos à noite e unir o Palácio I e II. 
E para constar, ontem, nosso digníssimo prefeito César Maia, decretou no Diário Oficial o tombamento do prédio que abriga o Cine Palácio. Agora depende de aprovações as modificações externas que possa vir a sofrer. E apesar de anunciado para brevemente o fim, não há uma data prevista para o seu fechamento. Nem como vai funcionar depois. Aguardemos...

quarta-feira, 3 de setembro de 2008

DIA DE GARFIELD

Preparei um texto sobre o fechamento dos Cines Paissandu e Palácio. Mas estou com uma enorme preguiça de colocá-lo aqui. Fica para um outro dia com mais disposição. Hoje é meu dia de Garfield. E hoje nem é segunda-feira.

DIVAGAÇÕES

Cansada, desanimada, com dor nas costas, início de dor-de-cabeça que raramente tenho, sonolenta e sem criatividade nenhuma. Acho que estou precisando de uma bebida ou de uma boa noite de sexo. Quem sabe os dois?

terça-feira, 2 de setembro de 2008

O PEIXE

Era dezembro quando ele chegou à minha casa dentro de uma caixa de Sedex. Ele e mais dois. Nunca pensei que fossem resistir a uma ponte aérea Rio/SP num tubinho com tão pouca água e nenhum oxigênio. Ele tinha uns 3 ou 4 cm e era negro. Negro! Mas não deveria ser Blood Parrot? Só o tempo revelaria como seria. Na sua GTA o sexo: macho.

Foram-se uns 5 anos desde sua chegada. Ganhou um nome: Panayot. De origem grega, significa papagaio. O tempo passava e ele crescia com assustadora velocidade. Dobrava de tamanho e mudava as cores. Logo percebi que ele não era um Blood Parrot e sim um Tangerine. Seus olhos negros de antes tinham ganhado coloração verde brilhante e vivo. Olhos que observavam tudo a sua volta e que encaravam a mim do outro lado.

Cresceu e ficou maior que todos. Imponente e de cor vibrante, destacava-se dos demais.

Logo, seu temperamento forte começou a dominar. E junto veio os maus modos. Sempre aprontava e deixava todos desesperados. Dizimou muitos, menores e mais frágeis.

Mostrou-se um guloso, sua grande boca dava-lhe vantagem sobre os demais, que disputavam comida timidamente. Era para ser agressivo, mas não era de todo modo. O que fazia com os menores era a lei da natureza. Da sua natureza.

Fez amigos, com quem passava o dia a brincar para lá e para cá, para cima e para baixo entre as bolhas. Superou enfermidades que culminaram na extinção dos demais, pouco a pouco.

Agora estava quase só. Ele e mais dois. E uma imensidão a sua volta. Reinava soberano nos limites entre as quatro paredes de vidro.

Passou a ser o centro das atenções e gostava disso. Rodopiava, subia e descia, ia de um lado para outro, movia pedras, tudo para ganhar atenção. Gosta de pessoas, adora que se aproximem. Desconfio até que me conhece, pois quando chego em casa e me aproximo, sou recebida com uma grande festa. Só falta falar. Se pudesse falar, não sei o que me diria, talvez um : -Que bom que você chegou!

E domingo quase te perdi. Por uma distração, deixei que enchessem sua casinha com água clorificada. Quando percebi, você já estava intoxicado pelo cloro, parado e apático.

Seus olhos verdes vivos, perderam o brilho. Olhar de peixe morto. respirava com dificuldade, não comia, não interagia.

Fiz de tudo para reverter o processo. Dia e noite te vigiando. Não via sua melhora. Um morreu. pensei que você seria o próximo. Ontem cheguei em casa com a aflição de te encontrar morto. Mas continuava lá, parado, no mesmo canto, sem comer. Só os seus olhos me acompanhavam.

Até que sem menos esperar você reagiu. Seus olhos começaram a ganhar o antigo brilho e você começou a rodopiar na minha frente acompanhando meus gestos. O velho Panayot estava de volta! Meu reizinho voltou a reinar!

sábado, 30 de agosto de 2008

MEU PROTESTO

Que me desculpem aqueles que são defensores do voto acima de tudo, voto consciente, voto no menos pior, voto inteligente, voto democrático, voto esperançoso, voto para mudar, voto honesto, voto sem opção, voto nulo, voto em branco, voto patriota, voto por obrigação, voto idealista, voto por favores, voto analfabeto, voto idoso, voto camarada, mas enquanto o país não criar um critério de seleção de candidatura de políticos, continuar aceitando iletrados, como os defensores de nosso digníssimo presidente, assassinos e bandidos, ignorantes de toda sorte, que estão aí para aproveitar dos benefícios oferecidos pelo cargo, eu não votarei mais.
Não desperdiçarei meu precioso tempo indo até uma urna e fazer o sacrifício de votar em uma pessoa em que me arrependerei depois, lendo as manchetes de algum jornal. E que além de tudo, incidirá a culpa por ter colocado uma pessoa desqualificada, na pobre população que "vota errado", que tem o "poder de mudar" e de fazer um "Brasil melhor". Frases feitas.
Ora, sabemos que os interesses políticos e burgueses são quem tem o poder de modificar as leis, não nós, povo, ironicamente maioria pobre, que acha que depostou um certo presidente alagoano. O povo é dominado e manipulado por uma minoria influente.
Utópico imaginar votar consciente, pois a maior parte da população sequer sabe o significado dessa palavra, já que não concluiu o ensino primário. A educação no país afunda, estamos sempre para trás. Aí está o mistério! Tornar ineficiente nossa educação pra formar a maioria desintelectulizada, pobre de opinião e fraca de espírito. Assim fica fácil angariar votos à favor da maioria elitizada e capacitada.
Eu acredito que tudo que é obrigatório é porque é ruim. Porque se fosse bom, ninguém precisava obrigar outra pessoa a fazer. Mas acho que se o voto não fosse obrigatório aqui no Brasil, criariam-se meios de compensação e indução das pessoas menos favorecidas e esclarecidas, irem às urnas votarem.
Temos uma democracia mas não de fato. A democracia foi criada com a filosofia de "para o povo, pelo povo", mas nunca agiu com esse intuito. Aliás, em nenhum lugar do mundo. Nem o socialismo conseguiu cumprir o seu papel. Nenhuma fórmula de regime, na minha opinião, olha plenamente para o povo.
Então, nessas eleições não votarei, simplesmente, nulo ou em branco. Tão pouco vou procurar um político " menos ruim" para votar. Até nisso não foi nos dado a devida transparência, para escolhermos o mais honesto e de passado idôneo. A vida dos políticos são ocultas, um segredo velado que não pode ser revelado para não perder o encantamento necessário nessa hora. Só meias verdades.
Eu, nessas eleições, não votarei. Justificarei. O meu não comparecimento às urnas como forma de desprezo, será meu protesto.

quinta-feira, 28 de agosto de 2008

AFETUOSIDADE, AMIZADE E OUTROS RUMOS

Estive pensando, em uma das minhas crises súbitas de existência, que sempre me remetem a introspecção, certo desânimo e mau humor circunstancial, sobre afetuosidade, amizade e rumos da vida.
Lendo um texto de um Blog de uma amiga, comecei a refletir sobre a relação amizade/afeto e até que ponto sou tão afetuosa e atenciosa com as pessoas e, por contrapartida, não pareço receber o mesmo.
Confesso que tenho um pouco de dificuldade em fazer amizades. Digo, amizades verdadeiras, consistentes e não coleguismos. As amizades se perdem de mim. Não continuam, somem, assumem outras formas e morrem. Muitas vezes fico a me perguntar onde errei e se tenho culpa, por ser displicente com as amizades. Será que não dei o suficiente ou elas que não tinham muito a oferecer? Eu tenho sim um pouco de culpa. Eu procuro isso de várias formas, me distancio.
Na minha infância não fiz muitas amizades. E nenhuma perdurou. Era uma criança meio isolada, tímida. Muitas vezes brincava sozinha. Minha mãe não gostava que eu brincasse na casa das coleguinhas. Não brincava na rua. Era quieta, podia ter sido mais traquina, mas não fui. Minha mãe também não gostava que fossem na minha casa. Ela sempre dominou a "arte da antipatia" até hoje. "Cada um na sua casa", ouvia sempre isso. Então inventei os amigos imaginários.
Quando entrei na adolescência minha rotina era casa/escola/casa. Lembro-me de coisinhas bobas de menina quase adolescente, troca de cartinhas de amor inocentes, brincadeiras de salada mista. Todo contato mais estreito com algum menino era visto com maus olhos.
Tive que encarar as revistas como num quartel, nas manhãs de sábado, onde era acordada às 7h e surpreendida com uma vistoria geral na minha mochila. Eram sumariamente repreendidos número de telefones suspeitos, aqueles coraçõezinhos fulano e eu (que não era eu que desenhava. Minhas amigas pegavam meu caderno e escreviam. Sempre me ferrava), nomes de meninos e até os sublinhados em caneta colorida nos títulos das matérias. Coisa que toda menina faz.
Tinha horário para chegar em casa. Não podia atrasar um minuto sem as desconfianças de sempre. Não podia parar para ter aquele "papo de corredor" depois da aula com as meninas da escola.
Festinhas americanas na casa das amigas, raramente. Quando ia, era às escondidas. De tanto me convidarem e não ir, nem me convidavam mais. Passei a figurar a lista dos excluídos e a ser conhecida como a garota que "nunca vai".
Então, passei a ser política com as pessoas, nunca me aprofundando nas relações de amizade e tão pouco as de outro tipo, por receio. Por receio não comecei muitos namoros, me esquivando, logo no princípio de algum interesse. Deixei de conhecer muita gente legal.
As outras amizades que restaram dessa época se perderam. Tomaram outros rumos. Por mais cuidado que tivesse e amor que demonstrasse. Constituíram família e distanciaram de mim, por vontade própria. Contatos cada vez mais raros.
E assim se seguiu até a faculdade, onde também não era a pessoa mais famosa da turma. Mas meus poucos amigos, antigos ou recentes, sabem que sou uma pessoa amorosa. Não tão presente como gostaria, atenciosa na medida do possível, guardo todos no meu coração. Em uns 5 anos conheci muita gente que não conheci a minha vida toda. E resolvi não me distanciar mais. Mesmo que estas pessoas se afastem com o tempo. Se isso ocorrer, é sinal de que não eram amigos de verdade. E a renovação natural se segue. Não tenho dificuldades em enterrar antigas supostas amizades que não prosperaram. O tempo é quem mostra quem são de verdade. Quem estará ao seu lado nos vários momentos da vida te ajudando positivamente. Dou o mesmo tratamento que a mim dispensam. E hoje pensei se não dispenso até demais. Se todo esse carinho incondicional é certo demonstrar. Se um dia receberei de volta quando precisar. Sou um pouco carente de pessoas.
Eu não quero viver na terra de receios, não há mais tempo para isso. Vejo tudo que se perde com os receios. Minha vida há de tomar um novo rumo. Está tomando. Muitos projetos estão na pauta, desafiadores e ousados. Conto com a ajuda do meu amigos ... os verdadeiros.

domingo, 24 de agosto de 2008

APESAR DE

"- Lóri, disse Ulisses, e de repente pareceu grave embora falasse tranqüilo, Lori: Uma das coisas que aprendi é que se deve viver apesar de. Apesar de, se deve comer. Apesar de, se deve amar. Apesar de, se deve morrer. Inclusive muitas vezes é o próprio apesar de que nos empurra para frente. Foi apesar de que me deu uma angústia que insatisfeita foi a criadora de minha própria vida. Foi apesar de que parei na rua e fiquei olhando para você enquanto você esperava um táxi. E desde logo desejando você, esse teu corpo que nem sequer é bonito, mas é o corpo que eu quero. Mas quero inteira, com a alma também. Por isso, não faz mal que você não venha, esperarei quanto tempo for preciso."

(Trecho de Uma Aprendizagem ou o livro dos Prazeres, Clarice Lispector)

sábado, 23 de agosto de 2008

(RE)COMEÇO

Começaria tudo outra vez se preciso fosse...
E será preciso?
Não da maneira que se foi.

sexta-feira, 22 de agosto de 2008

O DIA DE HOJE

Meu ânimo extremamente elevado. Estou sorrindo ironicamente por dentro.
Os pensamentos estão dispersos,ali e aqui, ora estão no nada, ora em tudo.
Estado de humor sarcástico, propenso à gargalhadas à qualquer hora e lágrimas ocasionais.
Maliciosamente indecente, com estágios de candura e inocência planejados propositalmente.
Não passa desperebida, a beleza exala.
Expansiva e plena. A retração ficou inibida pela alegria que ficou empolgante.
Um dia de hoje se vive de cada vez.
Não se espera nada.
Não se apega a detalhes.
Não delimita sentimentos e nem os supervaloriza.
Já estou anestesiada para possíveis dores futuras.
E você?

sábado, 16 de agosto de 2008

LEMBRANÇAS DE ALÉM

Além Paraíba é uma cidade que fica há cerca de 4h do Rio. Já é distrito de Minas Gerais, apesar de ser uma quase divisa do Rio. Possui poucos habitantes e sobrevive da agricultura e pecuária, já que trata-se de cidade interiorana rural. A cidade é cortada pelo rio Paraíba do Sul, o mesmo que há uns 5 anos tirou a vida de um primo meu, ainda criança. Foi lá onde minha mãe nasceu e se criou até os 20 anos com seus 7 irmãos. Lá também conheceu meu pai, que estava apenas de passagem. Seria a sua última aventura futibolesca e o início de uma nova vida. Faço muita força para resgatar na lembrança as memórias de Além. Há 15 anos, pelo menos, não vou àquela cidade. Quando pequena, ía quase todos os anos.
De meu avô não lembro, morreu quando tinha 5 anos. E pelo que comentam, melhor nem tê-lo conhecido. De minha avó, recordo pouco. Sua última visita à minha casa foi quando tinha 16 anos. Pouca convivência. A palavra avó, vovó, não fez muita parte do meu vocabulário nos últimos tempos. A única que tenho viva, já que desconheço avós por parte paterna. A distância, apesar de não muita, nunca me permitiu uma maior aproximação e me negou ter o carinho de uma segunda mãe, já que da própria não tenho.
De meus tios, tão pouco tive contato. A única presença viva foi de minha tia Clarinda Linda que viveu conosco no Rio até meus 12 anos. Mas essa já ganhou sua vida e seguiu seu caminho. Mas dela, tive carinho.
Madrinha tenho. Mas também não tenho. Quando fiz 15 anos enviou-me R$ 100. Foi tudo que me deu até hoje. Minha madrinha é minha tia, irmã de minha mãe. Vive em outra minúscula cidade do interior de Minas, Estrela Dalva.
Primos, além do que o rio levou e Gabriela, não os conheço. Assim também como não conheço a parte italiana de minha família. Nem sei se estão vivos meus antepassados. Não devem nem saber da minha existência.
Minha família é essa, simples, rústica, bronca, crua, repartida. Não me deu amor, ou se deu, não me lembro, não ficou registrado aqui dentro ou se perdeu no espaço do tempo, ou ainda, não entendi as demonstrações tortas de afeto. Agora compreendo de onde não aprendi a amar e da minha falta de habilidade em demonstrar carinho e afeto.
Hoje estive pensando e já estava pensando há algum tempo, quebrar esse espaço vazio de mais de 15 anos, e ir a Além. É... em outubro estarei em Além.

segunda-feira, 11 de agosto de 2008

NOVOS HÁBITOS

Desde segunda-feira passada voltei a ter uma vida mais saudável. Não estava gostando do que estava vendo no espelho. E mulheres têm suas neuras. Teve uma época que perdi uns quilos e estava bem, ganhei outros depois, tornei a perder por motivos que não me convém lembrar e agora ganhei novamente por conta de muita ansiedade, comendo besteiras para compensar o que não tinha. Então, obriguei-me a repensar nas minhas atitudes com o meu corpo e comecei uma reeducação alimentar.
Comecei a prestar mais atenção no que ingeria e se realmente precisava comer aquilo. Lentamente, estou retirando do meu cardápio pães, refrigerantes, margarina, salgados, biscoitos recheados, frituras, bolos e introduzindo o arroz e grãos integrais, cereais, iogurte natural, chá verde, sucos, proteína de soja, leite desnatado, queijo branco, verduras, legumes e grelhados.
Paralelamemente a isso, voltei a me exercitar. Enquanto não entro em uma academia, estou caminhando todos os dias. Para tanto, escolhi trajetos mais longos para ir ao trabalho. Desço em Ipanema e ando até o Leblon. Na volta para casa, caminho até a Lagoa para pegar o ônibus. Tenho ido até trabalhar de tênis. Até o fim de semana pretendo já estar fazendo pequenas corridas. O condicionamento para isso é gradual. Logo já estarei correndo os meus 8 km.
A diferença ainda não é visível, logicamente. É um processo de adaptação do seu corpo e metabolismo, mas já me sinto leve e disposta. Os resultados têm que ser a longo prazo para serem duradouros. Não posso deixar de focar na minha meta e no meu objetivo, aliás, mais uma meta e mais um objetivo na minha vida. Mais concentração e esforço. Mais força de vontade.
Algumas respostas que demoram a vir me angustiam. Mais paciência e serenidade. Nunca conheci tantas virtudes em tão pouco tempo. É a mudança de hábito.

domingo, 10 de agosto de 2008

NOVO DENOVO

Estou de casa nova mais uma vez. Por motivos técnicos tive que abandonar o antigo Blog. Pensei em postar aqui os artigos mais recentes do outro para não perder a continuidade e o sentido, porém, achei um trabalho desnecessário, uma vez que prejudicaria a ordem cronológica dos fatos e o endereço continua, aqui está para quem quiser conferir: http://www.kryka.spaceblog.com.br/
Andei reformulando as coisas por aqui também. Gostei da nova interface deste, que me permitiu inserir novas ferramentas e torná-lo mais interativo, fazendo com que não seja tão somente uma página pessoal dedicada exclusivamente a falar de mim, mas também um cantinho onde possa compartilhar assuntos diversos como gastronomia, eventos, shows, cinema, teatro, poesias e muito mais.
E todos que quiserem colaborar de algum modo sintam-se bem-vindos. Pode ser na forma de receitas, divulgação de shows, bandas, livros, poemas e tal. É só escrever para o meu e-mail que avaliarei cada caso com carinho.
Lembro, entretanto, que somos criaturas em constante aprendizado até o fim de nossas vidas. E isto me dá o direito de equivocar-me de vez enquando. Não sabemos de tudo. Não é indigno e muito menos vergonhoso. E, como somos diferentes uns dos outros, as opiniões por mim apresentadas aqui, referem-se a minha percepção sobre os fatos, que pode não ser a certa e naturalmente a única. Então, respeitar-se mutuamente, faz-se uma virtude aqui. Todos podem opinar, há espaço para todos.
O recado está dado. Boa leitura e feliz dia dos pais!