segunda-feira, 29 de setembro de 2008

CONFISSÕES ÍNTIMAS

Até onde você se conhece? Ou pensa se conhecer? Cada dia descubro mais de mim, coisas de que sou capaz e não imaginava ser.
Há um tempo atrás, até bem curto, achava que não faria muitas coisas na vida por não ser uma pessoa capaz. Tinha certas opiniões que pensava ser de difícil mudança. Hoje vejo que as coisas inverteram e minha opiniões mudam à velocidade do tempo. Acho isso bom. Vão dizer que é ruim, pois não sou capaz de sustentar uma opinião. Eu já acho o contrário, acho que tenho capacidade de mudança e de transformação na medida em que os tempos mudam. Isso para mim chama-se evolução.
Com a evolução das opiniões, passei  a mudanças no ato de sentir. Hoje controlo meus sentimentos melhor que antigamente e adotei uma nova frase: ' nunca diga nunca, talvez'.
Por que estou escrevendo isso tudo? Gostaria de dividir uma experiência íntima aqui, mas não estou totalmente certa se devo. Tenho receio de até onde minhas declarações possam fazer as pessoas com opiniões enraizadas me julgarem. Porque existem muitos para te crucificar, até aqueles que no fundo sentem um pouco de vontade de experimentar coisas novas. Mas sou uma pessoa direta e sincera, fruto de minha evolução pessoal e esse Blog é um fragmento de mim, não posso omitir partes que somam experiências para mim e para quem lê.
Bem, tive uma adolescência normal, as coisas foram acontecendo no seu momento certo e até meus 20 anos não tive namorados, namorados, só namoricos. Apesar de ter uma criação rígida, e digo aos pais, que isso não adianta, por experiência própria e de minha timidez, meu primeiro contato íntimo com um homem foi aos 16 anos, sem pressão e sem traumas, com uma pessoa bacana na qual tenho contato até hoje e nos falamos como amigo. Fui me permitindo, à partir dos 20 anos, a ter algumas experiências sexuais e nunca me privei de nada. Acho isso um aprendizado. Porém, nunca fui promiscua e sempre me dei ao respeito. Nunca me arrependi de nada e apenas me reprimia e era reticente, por medo, de algumas experimentações por achar estranhas, socialmente não aceitas e de gente de baixo valor.
Ao passar do tempo, cultivei vários desejos a quem não tinha com quem partilhar. Momentos de solidão, poucos namorados e total falta de sintonia sexual com eles.
Sou aquariana, curiosa e destemida. Penso adiante, sempre. Acho até que não sou desse planeta! Meu conservadorismo não combinava com minha essência moderna. Ao amadurecer fui cedendo a coisas novas. Fui conhecendo o meu corpo sem vergonha e aprendendo a me dar prazer. Hoje não tenho medo da plenitude. Não tenho a mesma cabeça de 10 anos atrás e nem sei como ela estará daqui há 10 anos.
Mudar valores não é fácil. Eles estão agregados conosco desde criança e passam por várias gerações. Os valores podem parecer adequados a um determinado momento e época e não servir para determinada situação presente. Mexer com o que não vêmos, com o impalpável é complexo. Sentimentos são assim. Mas podem ser trabalhados. 
Antes de pensar que só os seus atos devem ser perdoados por quem você não admite que façam o mesmo, pense.  A questão não é ser permissiva, tola, fútil, vulgar. A questão é a sinceridade e a lealdade. Toda relação a dois tem que ser sincera e leal. Faltou-me muito disso nas minhas anteriores. Não se trata de fazer sexo por aí desenfreadamente com qualquer pessoa ou falta de amor. É saber respeitar as vontades e separar o amor verdadeiro da pura atração passageira. Existem pessoas por aí que gostam de ser enganadas e fingem viver relações convencionais felizes, fingem gostar da vida, fingem sentir, fingem amar, fingem perdoar, fingem não invejar, simplesmente fingem para se enquadrar no modo perfeito de se viver. E o que é o modo perfeito? Não há, cada um cria seu modo como lhe convém e o deixa feliz.
Friso que não quero que ninguém pense igual a mim. Não teria graça. Nem para fazer o que faço. Deixo claro que a minha intenção aqui é dizer para as pessoas que tenham coragem para seguir o seu caminho e fazerem o que tiver vontade, quebrar barreiras, sem medo de ser feliz. Para mim, a ficha está caindo agora, meus olhos estão enxergando com maior nitidez. Estou me conhecendo melhor. Isso já é um grande passo para começar a ser feliz. Seja feliz também a sua maneira!


Um comentário:

Nana disse...

Confesso que por te conhecer bem antes da mudança, ela me surpreendeu um bocado! Você era uma das pessoas que eu achava que jamais mudaria o jeito de ser e de pensar, não por ser "quadrada", mas por ter sido criada em moldes rígidos e sempre ter convivido naturalmente com isso. Mas mudanças acontecem para todos, de um jeito ou de outro. A diferença é como lidamos e se aceitamos ou não essa mudança. A atitude, a nossa postura diante da mudança, faz toda diferença.

Eu vivo mudando (não só de cidade e estado, hahaha) em relação a coisas, pessoas e situações. Não sei se isso é considerado bom pro mundo, mas é bom pra mim e isso já me basta.

Ah, e fingir é o grande talento de muitas pessoas. Algumas fingem tão bem pros outros que passam a fingir até para si mesmas, com uma maestria ímpar. Eu nunca entendi a vantagem nisso, mas tem quem ache que exista, né? Enfim, cada um na sua. :D

Beijão, Chris! :)