sábado, 30 de agosto de 2008

MEU PROTESTO

Que me desculpem aqueles que são defensores do voto acima de tudo, voto consciente, voto no menos pior, voto inteligente, voto democrático, voto esperançoso, voto para mudar, voto honesto, voto sem opção, voto nulo, voto em branco, voto patriota, voto por obrigação, voto idealista, voto por favores, voto analfabeto, voto idoso, voto camarada, mas enquanto o país não criar um critério de seleção de candidatura de políticos, continuar aceitando iletrados, como os defensores de nosso digníssimo presidente, assassinos e bandidos, ignorantes de toda sorte, que estão aí para aproveitar dos benefícios oferecidos pelo cargo, eu não votarei mais.
Não desperdiçarei meu precioso tempo indo até uma urna e fazer o sacrifício de votar em uma pessoa em que me arrependerei depois, lendo as manchetes de algum jornal. E que além de tudo, incidirá a culpa por ter colocado uma pessoa desqualificada, na pobre população que "vota errado", que tem o "poder de mudar" e de fazer um "Brasil melhor". Frases feitas.
Ora, sabemos que os interesses políticos e burgueses são quem tem o poder de modificar as leis, não nós, povo, ironicamente maioria pobre, que acha que depostou um certo presidente alagoano. O povo é dominado e manipulado por uma minoria influente.
Utópico imaginar votar consciente, pois a maior parte da população sequer sabe o significado dessa palavra, já que não concluiu o ensino primário. A educação no país afunda, estamos sempre para trás. Aí está o mistério! Tornar ineficiente nossa educação pra formar a maioria desintelectulizada, pobre de opinião e fraca de espírito. Assim fica fácil angariar votos à favor da maioria elitizada e capacitada.
Eu acredito que tudo que é obrigatório é porque é ruim. Porque se fosse bom, ninguém precisava obrigar outra pessoa a fazer. Mas acho que se o voto não fosse obrigatório aqui no Brasil, criariam-se meios de compensação e indução das pessoas menos favorecidas e esclarecidas, irem às urnas votarem.
Temos uma democracia mas não de fato. A democracia foi criada com a filosofia de "para o povo, pelo povo", mas nunca agiu com esse intuito. Aliás, em nenhum lugar do mundo. Nem o socialismo conseguiu cumprir o seu papel. Nenhuma fórmula de regime, na minha opinião, olha plenamente para o povo.
Então, nessas eleições não votarei, simplesmente, nulo ou em branco. Tão pouco vou procurar um político " menos ruim" para votar. Até nisso não foi nos dado a devida transparência, para escolhermos o mais honesto e de passado idôneo. A vida dos políticos são ocultas, um segredo velado que não pode ser revelado para não perder o encantamento necessário nessa hora. Só meias verdades.
Eu, nessas eleições, não votarei. Justificarei. O meu não comparecimento às urnas como forma de desprezo, será meu protesto.

quinta-feira, 28 de agosto de 2008

AFETUOSIDADE, AMIZADE E OUTROS RUMOS

Estive pensando, em uma das minhas crises súbitas de existência, que sempre me remetem a introspecção, certo desânimo e mau humor circunstancial, sobre afetuosidade, amizade e rumos da vida.
Lendo um texto de um Blog de uma amiga, comecei a refletir sobre a relação amizade/afeto e até que ponto sou tão afetuosa e atenciosa com as pessoas e, por contrapartida, não pareço receber o mesmo.
Confesso que tenho um pouco de dificuldade em fazer amizades. Digo, amizades verdadeiras, consistentes e não coleguismos. As amizades se perdem de mim. Não continuam, somem, assumem outras formas e morrem. Muitas vezes fico a me perguntar onde errei e se tenho culpa, por ser displicente com as amizades. Será que não dei o suficiente ou elas que não tinham muito a oferecer? Eu tenho sim um pouco de culpa. Eu procuro isso de várias formas, me distancio.
Na minha infância não fiz muitas amizades. E nenhuma perdurou. Era uma criança meio isolada, tímida. Muitas vezes brincava sozinha. Minha mãe não gostava que eu brincasse na casa das coleguinhas. Não brincava na rua. Era quieta, podia ter sido mais traquina, mas não fui. Minha mãe também não gostava que fossem na minha casa. Ela sempre dominou a "arte da antipatia" até hoje. "Cada um na sua casa", ouvia sempre isso. Então inventei os amigos imaginários.
Quando entrei na adolescência minha rotina era casa/escola/casa. Lembro-me de coisinhas bobas de menina quase adolescente, troca de cartinhas de amor inocentes, brincadeiras de salada mista. Todo contato mais estreito com algum menino era visto com maus olhos.
Tive que encarar as revistas como num quartel, nas manhãs de sábado, onde era acordada às 7h e surpreendida com uma vistoria geral na minha mochila. Eram sumariamente repreendidos número de telefones suspeitos, aqueles coraçõezinhos fulano e eu (que não era eu que desenhava. Minhas amigas pegavam meu caderno e escreviam. Sempre me ferrava), nomes de meninos e até os sublinhados em caneta colorida nos títulos das matérias. Coisa que toda menina faz.
Tinha horário para chegar em casa. Não podia atrasar um minuto sem as desconfianças de sempre. Não podia parar para ter aquele "papo de corredor" depois da aula com as meninas da escola.
Festinhas americanas na casa das amigas, raramente. Quando ia, era às escondidas. De tanto me convidarem e não ir, nem me convidavam mais. Passei a figurar a lista dos excluídos e a ser conhecida como a garota que "nunca vai".
Então, passei a ser política com as pessoas, nunca me aprofundando nas relações de amizade e tão pouco as de outro tipo, por receio. Por receio não comecei muitos namoros, me esquivando, logo no princípio de algum interesse. Deixei de conhecer muita gente legal.
As outras amizades que restaram dessa época se perderam. Tomaram outros rumos. Por mais cuidado que tivesse e amor que demonstrasse. Constituíram família e distanciaram de mim, por vontade própria. Contatos cada vez mais raros.
E assim se seguiu até a faculdade, onde também não era a pessoa mais famosa da turma. Mas meus poucos amigos, antigos ou recentes, sabem que sou uma pessoa amorosa. Não tão presente como gostaria, atenciosa na medida do possível, guardo todos no meu coração. Em uns 5 anos conheci muita gente que não conheci a minha vida toda. E resolvi não me distanciar mais. Mesmo que estas pessoas se afastem com o tempo. Se isso ocorrer, é sinal de que não eram amigos de verdade. E a renovação natural se segue. Não tenho dificuldades em enterrar antigas supostas amizades que não prosperaram. O tempo é quem mostra quem são de verdade. Quem estará ao seu lado nos vários momentos da vida te ajudando positivamente. Dou o mesmo tratamento que a mim dispensam. E hoje pensei se não dispenso até demais. Se todo esse carinho incondicional é certo demonstrar. Se um dia receberei de volta quando precisar. Sou um pouco carente de pessoas.
Eu não quero viver na terra de receios, não há mais tempo para isso. Vejo tudo que se perde com os receios. Minha vida há de tomar um novo rumo. Está tomando. Muitos projetos estão na pauta, desafiadores e ousados. Conto com a ajuda do meu amigos ... os verdadeiros.

domingo, 24 de agosto de 2008

APESAR DE

"- Lóri, disse Ulisses, e de repente pareceu grave embora falasse tranqüilo, Lori: Uma das coisas que aprendi é que se deve viver apesar de. Apesar de, se deve comer. Apesar de, se deve amar. Apesar de, se deve morrer. Inclusive muitas vezes é o próprio apesar de que nos empurra para frente. Foi apesar de que me deu uma angústia que insatisfeita foi a criadora de minha própria vida. Foi apesar de que parei na rua e fiquei olhando para você enquanto você esperava um táxi. E desde logo desejando você, esse teu corpo que nem sequer é bonito, mas é o corpo que eu quero. Mas quero inteira, com a alma também. Por isso, não faz mal que você não venha, esperarei quanto tempo for preciso."

(Trecho de Uma Aprendizagem ou o livro dos Prazeres, Clarice Lispector)

sábado, 23 de agosto de 2008

(RE)COMEÇO

Começaria tudo outra vez se preciso fosse...
E será preciso?
Não da maneira que se foi.

sexta-feira, 22 de agosto de 2008

O DIA DE HOJE

Meu ânimo extremamente elevado. Estou sorrindo ironicamente por dentro.
Os pensamentos estão dispersos,ali e aqui, ora estão no nada, ora em tudo.
Estado de humor sarcástico, propenso à gargalhadas à qualquer hora e lágrimas ocasionais.
Maliciosamente indecente, com estágios de candura e inocência planejados propositalmente.
Não passa desperebida, a beleza exala.
Expansiva e plena. A retração ficou inibida pela alegria que ficou empolgante.
Um dia de hoje se vive de cada vez.
Não se espera nada.
Não se apega a detalhes.
Não delimita sentimentos e nem os supervaloriza.
Já estou anestesiada para possíveis dores futuras.
E você?

sábado, 16 de agosto de 2008

LEMBRANÇAS DE ALÉM

Além Paraíba é uma cidade que fica há cerca de 4h do Rio. Já é distrito de Minas Gerais, apesar de ser uma quase divisa do Rio. Possui poucos habitantes e sobrevive da agricultura e pecuária, já que trata-se de cidade interiorana rural. A cidade é cortada pelo rio Paraíba do Sul, o mesmo que há uns 5 anos tirou a vida de um primo meu, ainda criança. Foi lá onde minha mãe nasceu e se criou até os 20 anos com seus 7 irmãos. Lá também conheceu meu pai, que estava apenas de passagem. Seria a sua última aventura futibolesca e o início de uma nova vida. Faço muita força para resgatar na lembrança as memórias de Além. Há 15 anos, pelo menos, não vou àquela cidade. Quando pequena, ía quase todos os anos.
De meu avô não lembro, morreu quando tinha 5 anos. E pelo que comentam, melhor nem tê-lo conhecido. De minha avó, recordo pouco. Sua última visita à minha casa foi quando tinha 16 anos. Pouca convivência. A palavra avó, vovó, não fez muita parte do meu vocabulário nos últimos tempos. A única que tenho viva, já que desconheço avós por parte paterna. A distância, apesar de não muita, nunca me permitiu uma maior aproximação e me negou ter o carinho de uma segunda mãe, já que da própria não tenho.
De meus tios, tão pouco tive contato. A única presença viva foi de minha tia Clarinda Linda que viveu conosco no Rio até meus 12 anos. Mas essa já ganhou sua vida e seguiu seu caminho. Mas dela, tive carinho.
Madrinha tenho. Mas também não tenho. Quando fiz 15 anos enviou-me R$ 100. Foi tudo que me deu até hoje. Minha madrinha é minha tia, irmã de minha mãe. Vive em outra minúscula cidade do interior de Minas, Estrela Dalva.
Primos, além do que o rio levou e Gabriela, não os conheço. Assim também como não conheço a parte italiana de minha família. Nem sei se estão vivos meus antepassados. Não devem nem saber da minha existência.
Minha família é essa, simples, rústica, bronca, crua, repartida. Não me deu amor, ou se deu, não me lembro, não ficou registrado aqui dentro ou se perdeu no espaço do tempo, ou ainda, não entendi as demonstrações tortas de afeto. Agora compreendo de onde não aprendi a amar e da minha falta de habilidade em demonstrar carinho e afeto.
Hoje estive pensando e já estava pensando há algum tempo, quebrar esse espaço vazio de mais de 15 anos, e ir a Além. É... em outubro estarei em Além.

segunda-feira, 11 de agosto de 2008

NOVOS HÁBITOS

Desde segunda-feira passada voltei a ter uma vida mais saudável. Não estava gostando do que estava vendo no espelho. E mulheres têm suas neuras. Teve uma época que perdi uns quilos e estava bem, ganhei outros depois, tornei a perder por motivos que não me convém lembrar e agora ganhei novamente por conta de muita ansiedade, comendo besteiras para compensar o que não tinha. Então, obriguei-me a repensar nas minhas atitudes com o meu corpo e comecei uma reeducação alimentar.
Comecei a prestar mais atenção no que ingeria e se realmente precisava comer aquilo. Lentamente, estou retirando do meu cardápio pães, refrigerantes, margarina, salgados, biscoitos recheados, frituras, bolos e introduzindo o arroz e grãos integrais, cereais, iogurte natural, chá verde, sucos, proteína de soja, leite desnatado, queijo branco, verduras, legumes e grelhados.
Paralelamemente a isso, voltei a me exercitar. Enquanto não entro em uma academia, estou caminhando todos os dias. Para tanto, escolhi trajetos mais longos para ir ao trabalho. Desço em Ipanema e ando até o Leblon. Na volta para casa, caminho até a Lagoa para pegar o ônibus. Tenho ido até trabalhar de tênis. Até o fim de semana pretendo já estar fazendo pequenas corridas. O condicionamento para isso é gradual. Logo já estarei correndo os meus 8 km.
A diferença ainda não é visível, logicamente. É um processo de adaptação do seu corpo e metabolismo, mas já me sinto leve e disposta. Os resultados têm que ser a longo prazo para serem duradouros. Não posso deixar de focar na minha meta e no meu objetivo, aliás, mais uma meta e mais um objetivo na minha vida. Mais concentração e esforço. Mais força de vontade.
Algumas respostas que demoram a vir me angustiam. Mais paciência e serenidade. Nunca conheci tantas virtudes em tão pouco tempo. É a mudança de hábito.

domingo, 10 de agosto de 2008

NOVO DENOVO

Estou de casa nova mais uma vez. Por motivos técnicos tive que abandonar o antigo Blog. Pensei em postar aqui os artigos mais recentes do outro para não perder a continuidade e o sentido, porém, achei um trabalho desnecessário, uma vez que prejudicaria a ordem cronológica dos fatos e o endereço continua, aqui está para quem quiser conferir: http://www.kryka.spaceblog.com.br/
Andei reformulando as coisas por aqui também. Gostei da nova interface deste, que me permitiu inserir novas ferramentas e torná-lo mais interativo, fazendo com que não seja tão somente uma página pessoal dedicada exclusivamente a falar de mim, mas também um cantinho onde possa compartilhar assuntos diversos como gastronomia, eventos, shows, cinema, teatro, poesias e muito mais.
E todos que quiserem colaborar de algum modo sintam-se bem-vindos. Pode ser na forma de receitas, divulgação de shows, bandas, livros, poemas e tal. É só escrever para o meu e-mail que avaliarei cada caso com carinho.
Lembro, entretanto, que somos criaturas em constante aprendizado até o fim de nossas vidas. E isto me dá o direito de equivocar-me de vez enquando. Não sabemos de tudo. Não é indigno e muito menos vergonhoso. E, como somos diferentes uns dos outros, as opiniões por mim apresentadas aqui, referem-se a minha percepção sobre os fatos, que pode não ser a certa e naturalmente a única. Então, respeitar-se mutuamente, faz-se uma virtude aqui. Todos podem opinar, há espaço para todos.
O recado está dado. Boa leitura e feliz dia dos pais!